Saberes tradicionais sobre as serpentes e implicações para educação ambiental intercultural

Autores

  • Maria Aparecida de Souza Perrelli Universidade Católica Dom Bosco (UCDB)
  • Paula Helena Santa-Rita Universidade Católica Dom Bosco (UCDB)
  • Ariane Zanirato Contini

Resumo

O presente estudo teve como objetivos identificar saberes e práticas indígenas em relação às serpentes e refletir sobre a educação ambiental nesse contexto. Indígenas kaiowá/guarani de Mato Grosso do Sul foram entrevistados e narraram seus conhecimentos sobre as serpentes (morfoespécies locais, ecologia, comportamento, biologia, entre outros), as práticas de extermínio desses animais, bem como de prevenção e cura de acidentes ofídicos. Do ponto de vista da ciência ocidental, algumas práticas relatadas acarretam prejuízos ao meio ambiente e comprometem a vida das pessoas. Defende-se uma educação ambiental intercultural, que coloca os saberes locais em diálogo com a ciência ocidental, como alternativa para promover a construção de novos saberes e práticas que resultem na salvaguarda dessas pessoas.

Biografia do Autor

Maria Aparecida de Souza Perrelli, Universidade Católica Dom Bosco (UCDB)

Doutora em Educação para a Ciência (UNESP). Bióloga. Professora e pesquisadora vinculada ao Programa de Pós-Graduação em Educação - Mestrado e Doutorado da Universidade Católica Dom Bosco (UCDB).

Paula Helena Santa-Rita, Universidade Católica Dom Bosco (UCDB)

Bióloga e veterinária. Coordenadora do Biotério da Universidade Católica Dom Bosco (UCDB).

Ariane Zanirato Contini

Bióloga pela Universidade Católica Dom Bosco.

Referências

BRAND, Antonio Jacob. O impacto da perda da terra sobre a tradição dos Kaiowá/Guarani: os difíceis caminhos da palavra. Porto Alegre, 1997. Tese (Doutorado em História) – Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 1997.

______. Quando chegou esses que são nossos contrários – a ocupação espacial e o processo de confinamento dos kaiowá/guarani no Mato Grosso do Sul. Multitemas, Campo Grande, n. 12, p. 21-51, nov. 1998.

BRASIL. Ministério da Saúde. Fundação Nacional de Saúde–FUNASA. Rede Nacional de Estudos e Pesquisas em Saúde dos Povos Indígenas-RENISI. Disponível em: <http://sis.funasa.gov.br/portal/detalhe_dsei.asp?strcddsei=20>. Acesso em: 10 jul. 2009.

DESCOLA, Philippe. Ecologia e cosmologia. In: DIEGUES, Antonio Carlos (Org.). Etnoconservação: novos rumos para a proteção da natureza nos trópicos. São Paulo: Hucitec/NUPAUB-USP, 2000. p. 149-163.

DIEGUES, Antonio Carlos. Etnoconservação da natureza: enfoques alternativos. In: ______ (Org.). Etnoconservação: novos rumos para a proteção da natureza nos trópicos. São Paulo: Hucitec/NUPAUB-USP, 2000b. p. 1-45.

FLEURI, Reinaldo Matias. Multiculturalismo e interculturalismo nos processo educativos. In: CANDAU, V. M. (Org.). Ensinar e aprender: sujeitos, saberes e pesquisa. 2. ed. Encontro Nacional de Didática e Prática de Ensino (ENDIPE). Rio de Janeiro: DP&A, 2002. p. 67-82.

GRUPO DE ETNOHERPETOLOGIA LATINOAMERICANA (GEHL). Carta informativa-001, Lunes, 29 de Diciembre de 2008, Folio: Reporte 2008-001. Disponível em: <http://www.sociedadherpetologicamexicana.org/noticias/etno.pdf>. Acesso em: 12 abr. 2009.

GRÜN, Mauro. Hermenêutica, biorregionalismo e educação ambiental. In: SAUVÉ, Lucie; ORELLANA, Isabel; SATO, Michèle (Dir.). Sujets choisis em éducation relative à l’environnement – dúne Amérique à l’outre. Montréal: UQAM & CIRADE, 2002. p. 91-100.

GRÜNBERG, Friedl Paz. Reflexões sobre a situação dos Guarani no Mato Grosso do Sul, Brasil, 2002. 22f. mimeografado.

HALL, Stuart. Da diáspora: identidades e mediações culturais. Belo Horizonte: Editora UFMG; Brasília: Representação da UNESCO no Brasil, 2003.

LEFF, Enrique. Epistemologia ambiental. São Paulo: Cortez, 2001.

______. Pensar a complexidade ambiental. In: LEFF, E. (Coord.). A complexidade ambiental. São Paulo: Cortez, 2003. p. 15-64.

LÉVI-STRAUSS, Claude. O pensamento selvagem. Campinas: Papirus, 1989.

LITTLE, Paul E. Etnoecologia e direitos dos povos: elementos de uma nova ação indigenista. [s.d.]. Disponível em: <http://www.laced.mn.ufrj.br/pdfs/paullittle.pdf>. Acesso em: 10 dez. 2003.

MORENO, Elsa Blancas. Presentación de la línea de educación intercultural en la licenciatura en intervención educativa. In: CRUZ, Héctor Muñóz (Org.). Rumbo a la interculturalidad en educación. México: Universidad Autónoma Metropolitana – Istapalapa, 2002. p. 173-184.

NANNI, Antonio. L’educazione interculturale oggi in Itália. Brescia: EMI, 1998.

PERRELLI, Maria Aparecida de Souza. Tornando-me professora de ciências com alunos indígenas kaiowá e guarani. 2007. 307f. Tese (Doutorado em Educação para a Ciência) – Faculdade de Ciências, Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” - UNESP, Bauru, 2007.

RAMOS, Alcida Rita. Indigenism: ethnic politics in Brazil. Madison: University of Wisconsin Press, 1998.

SATO, Michèle; PASSOS, Luiz A. Biorregionalismo - identidade histórica e caminhos para a cidadania. In: LOUREIRO, F.; LAYRARGUES, P.; CASTRO, R. (Org.). Sociedade e meio ambiente: a construção da cidadania na Educação Ambiental. São Paulo: Cortez, 2002. p. 221-252.

SAUVÉ, Lucie. La educación ambiental entre la modernidad y la posmodernidad: en busca de un marco educativo integrador. Tópicos en educación ambiental, México, Semarnap, v. 2, n. 5, p. 7-11, 1999.

VIETTA, Katya.“Não tem quem orienta, a pessoa sozinha é que nem uma folha que vai com o vento: análise sobre alguns impasses presentes entre os Kaiowá/Guarani. Multitemas, Campo Grande, n. 12, p. 52-73, nov. 1998.

Downloads

Publicado

2013-06-07

Como Citar

Perrelli, M. A. de S., Santa-Rita, P. H., & Contini, A. Z. (2013). Saberes tradicionais sobre as serpentes e implicações para educação ambiental intercultural. Série-Estudos - Periódico Do Programa De Pós-Graduação Em Educação Da UCDB, (30). Recuperado de https://www.serie-estudos.ucdb.br/serie-estudos/article/view/201

Edição

Seção

Artigos