CHAMADA PARA DOSSIÊ: Currículos culturais não-escolares: processos de subjetivação, verdades e relações de poder

2022-07-12

A Revista Série-Estudos em parceria com a Associação Brasileira de Currículo (ABdC), convida para a submissão de artigos para o Dossiê, “Currículos culturais não-escolares: processos de subjetivação, verdades e relações de poder”, a ser publicado no v. 27, n. 61, de 2022. O Dossiê é organizado pela professora Dra. Rita de Cássia Prazeres Frangella (UERJ) e pelo Dr. Danilo a. De oliveira (UFMA). O prazo final de submissão é 31 de agosto de 2022.

Ementa: As teorias pós-críticas trouxeram para os campos da educação e do currículo mudanças significativas proporcionadas, sobretudo, pela problematização e ampliação dos conceitos que constituem esses campos. O conceito de educação deixou de ser entendido como estritamente vinculado aos processos que se desencadeiam na/pela escola ou em espaços educativos formais ou institucionalizados. Nesse registro, currículo é compreendido como produção discursiva que incide em processos de significação variados. Trata-se de uma prática cultural que divulga e produz significados sobre o mundo e as coisas do mundo e se espraia nas bibliotecas, nos museus, nas diferentes formações, na pesquisa educacional, na internet, nos jogos, nas brincadeiras, na mídia, no cinema, na música, no cotidiano. O alargamento desses conceitos ampliou também as possibilidades de pesquisas no campo curricular, criando diferentes tessituras. Mesmo sendo nomeados como currículos culturais não-escolares – acento que marca a produção curricular que se move para além dos limites da/na escola - eles podem trazer implicações importantes para a produção curricular que se volta para o ambiente escolar, borrando o confinamento de uma suposta fronteira delimitadora do que é próprio ou não da escola, movendo o currículo para uma produção intersticial que, ao mesmo tempo, desestabiliza binarismos e impele a um movimento para além, não como superação, mas deslocamento. Entendemos que esses currículos disputam espaços com outros sistemas, práticas e discursos e não podem, pois, ser desconhecidos pelo campo educacional e curricular. Nesse sentido, o objetivo deste dossiê é reunir pesquisas e pesquisadores que discutam o funcionamento dos currículos culturais não-escolares, suas relações de poder, produção de verdades e, também, possíveis incidências e diálogos desses currículos com aqueles praticados nas escolas, contorcendo a produção curricular para além da ordem e subordinação da educação ao ensino.