Os ecos de Jacques Gauthier

Autores

  • Jacques Gauthier Centro Universitário Jorge Amado, Salvador, Bahia

Resumo

Apontamos o mais instigante no seminário, do ponto de vista de um pesquisador que trabalha nas fronteiras entre oralidade e escrita, na busca da escrita coletiva de artigos científicos com parceiros indígenas. A escrita, e até a ciência intercultural, inserem-se no sofrimento oriundo da violência (neo)colonial; a oralidade faz irrupção nesta escrita sob a forma de voz dos ancestrais, que trazem mirações orientando a prática científica de pesquisa. Mais humanos, mais inacabados, nós pesquisadores quando compartilhamos com nossos parceiros, num terceiro-lugar, a teorização da ressignificação da instituição escolar, que deve aprender a observar e ouvir, até ser indigenizada. Contra o pensamento binário, costuramos esse entrelugar a partir de fragmentos de fluxos que cada pessoa se apropria do seu jeito, tornando-se criador de cultura, produtores de diferenças, de aceleradores do fluxo de significados. Na impermanência, é urgente que criemos a vacuidade em nós e que aprendamos, uns de outros, a interdependência.

Biografia do Autor

Jacques Gauthier, Centro Universitário Jorge Amado, Salvador, Bahia

Doutor em Educação pela Université de Paris 8; professor no Centro Universitário Jorge Amado, Salvador, Bahia.

Referências

ACAUÃ, Nadia; GAUTHIER, Jacques. La sociopoétique : dispositif d´inclusion des cultures orales en sciences humaines et sociales. In: THESEE, Gina; CARIGNAN, Nicole; CARR, Paul R. (Coord.). Les faces cachées de l´interculturel – De la rencontre des porteurs de culture. Paris: L´Harmattan, 2010.

BHABHA, Homi K. O local da cultura. Belo Horizonte: Ed. da UFMG, 2001.

DELEUZE, Gilles; GUATTARI, Félix. Mille plateaux. Paris: Minuit, 1980.

ENTRELUGARES – Revista eletrônica v. 2 n. 2, mar./ago. 2010. Disponível em: <http://www.entrelugares.ufc.br>. Acesso em: 24 abr. 2011.

GOODY, Jack. La raison graphique. Paris: Minuit, 1979.

______. O roubo da história. Como os europeus se apropriaram das idéias e invenções do Oriente. São Paulo: Contexto, 2008.

LETERRIER, Romuald. Les plantes enseignantes. 2001a. Disponível em: <http://www.ethno-botanic.com/1024x768/index.htm>. Acesso em: 24 abr. 2011.

______. Le savoir Shipibo-Conibo. 2001b. Disponível em: <http://www.ethno-botanic.com/800x600/peuple-shipibo/ayahuasca.htm>. Acesso em: 24 abr. 2011.

LOURAU, René. Le journal de recherche, matériaux pour une théorie de l´implication. Paris: Méridiens-Klincksieck, 1988.

NARBY, Jeremy. Le serpent cosmique – l´ADN et les origines du savoir. Genève: Georg, 1995.

ROSE, Isabel Santana de ; LANGTON, Esther Jean. Diálogos (neo)xamânicos: encontros entre os Guarani e a ayahuasca. Tellus, Campo Grande, ano 10, n. 18, jan./jun. 2010.

SAHLINS, Marshall. O “pessimismo sentimental” - a experiência etnográfica: por que a cultura não é um “objeto” em via de extinção [parte 1]. Mana, Rio de Janeiro, v. 3, n. 1, 1997.

SANTOS, Iraci dos et al. (Org.). Prática da pesquisa nas ciências humanas e sociais: abordagem sociopoética. São Paulo: Atheneu, 2005.

SIMONDON, Gilbert. L´individuation à la lumière des notions de forme et d´information. Grenoble: Millon, 2005.

Downloads

Publicado

2013-06-03

Como Citar

Gauthier, J. (2013). Os ecos de Jacques Gauthier. Série-Estudos - Periódico Do Programa De Pós-Graduação Em Educação Da UCDB, (31). Recuperado de https://www.serie-estudos.ucdb.br/serie-estudos/article/view/126

Edição

Seção

Dossiê